Cuidando da Saúde Mental ao Longo do Ano: Um Compromisso Coletivo
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03/12/2024A dor nas costas é um dos principais problemas enfrentados pelos seres humanos. Acredita-se que a bipedestação (que é característica exclusiva dos seres humanos entre os outros animais) faça parte das causas desse quadro, por promover maior transferência de carga através das estruturas da coluna. Além disso, na maioria das vezes, a dor sentida pelo individuo, se localiza entre a última costela e o inicio do glúteo, área chamada de região lombar (região de maior carga).
A dor na região lombar (também chamada de lombalgia) possui mais de 100 causas de acordo com os estudiosos. Este grande número se dá por termos muitas estruturas anatômicas nessa região. Apenas como exemplo, podemos citar os rins, os músculos, os nervos, os ossos da coluna entre muitas outras e dentre elas uma estrutura muito comentada: o disco intervertebral.
O disco é uma estrutura elástica formada por um núcleo de gel e uma periferia de cartilagem mais firme, que possui como função suportar cargas e conter tensões mantendo a união entre as vértebras. Durante um ano, um segmento vertebral humano pode ser submetido a cerca de 2 milhões de ciclos. É muita coisa!
Durante esses milhões de ciclos por ano, basta que uma estrutura pare de funcionar corretamente e teremos um processo contínuo de lesão que irá se perpetuar até a falha completa dessa estrutura.
É exatamente isso que acontece na chamada discopatia degenerativa. O nome se dá ao processo de deterioração do disco intervertebral, em que se observa principalmente a desidratação de seu núcleo de gel. O quadro costuma se iniciar por volta dos 30 anos de idade quando este disco ainda está muito alto e com bastante cartilagem. É como se uma extensa receita necessária para produzir essa cartilagem e que é passada de célula para célula, “perdesse algumas páginas” durante essas milhares de reproduções celulares durante a vida. A cartilagem produzida no disco sem a receita completa, passa a não ter mais uma afinidade tão boa com a água e o disco torna-se menos hidratado.
Essa menor hidratação faz com que ele fique menos elástico, e assim sujeito a maior risco de lesão de sua periferia (cujo nome científico deriva de anel – ânulo fibroso) que é justamente o local onde surgem as hérnias de disco.
Nesse caso, teremos um disco mais rígido e que irá repassar mais os impactos do cotidiano para os ossos da coluna (vértebras) levando a um processo reacional dos corpos vertebrais. Esse processo resultante é um processo inflamatório do osso e que possivelmente é a causa de dor em alguns pacientes específicos, chamada dor lombar discogênica.
Inflamação
A dor lombar ou lombalgia discogênica, caracteriza-se por um quadro de dor principalmente nas costas (sem irradiação para as pernas necessariamente) com piora a movimentação, que costuma durar mais de 12 semanas. Atividades como amarrar os sapatos, girar na cama durante a noite e dirigir, podem ser extremamente desconfortáveis para os pacientes que desenvolvem esse quadro.
Um dos maiores problemas da lombalgia discogênica começa pelo diagnóstico. Embora o método para diagnóstico seja amplo e complexo, necessita-se que haja uma imagem de ressonância magnética demonstrando um disco intervertebral com sinais de degeneração, caracterizada pela diminuição da hidratação local associada a piora com manobras especificas (como teste de Mackenzie por ex.) sem outras causas para dor incluindo fatores psicológicos, litigiosos, trabalhistas, psicológicos, fibromialgia etc… Ou seja, trata-se de um “diagnostico de exclusão”.
O tratamento visa a melhora do quadro doloroso e é individualizado de acordo com as possíveis causas associadas para a degeneração do disco. O tripé formado por características genéticas, sobrecarga nos discos e hábitos (como tabagismo por exemplo) costuma ser considerado a causa dessa degeneração e alguns desses itens como sobrepeso, sedentarismo e postura são itens modificáveis.
Além disso, fisioterapia para fortalecimento da musculatura paravertebral assim como analgesia e acupuntura podem auxiliar. A retirada da carga na coluna através da perda de peso do próprio indivíduo também é necessária, além de educação para dor.
Quando todas essas medidas falham e o diagnostico é feito por um cirurgião de coluna habituado com o quadro, o tratamento cirúrgico pode ser uma opção com bons resultados.
Você tem dores nas costas há mais de 3 meses? Estamos aqui para avaliar e ajudar!
Dr Guilherme Augusto Foizer
CRM-SP 114430
Ortopedia e cirurgia da coluna vertebral
www.drfoizer.com.br